domingo, 24 de março de 2013

Que tempos os nossos! E que costumes! – dias negros do evangelicalismo!



Por Felipe Maia

O TEMPORA, O MORES!

O título acima é a célebre frase proferida por Cícero ao ver a corrupção e desvios da igreja de sua época. A tradução da frase seria algo do tipo “Que tempos os nossos! E que costumes!” Isso tem tudo a ver com o que vou compartilhar a seguir, pois, tenho para mim, que se Cícero estivesse em nosso tempo, ao contemplar os caminhos da igreja de hoje, não alteraria seu desabafo pessoal: O tempora, o mores!

Vivemos dias negros da história do evangelicalismo cristão. Poderíamos afirmar que presenciamos uma espécie de segunda “Idade das Trevas” onde se proliferam superstições e  crendices que nada mais são do que a franca deturpação da simplicidade do evangelho de Cristo. O apaixonante e apaixonado evangelho que é “o poder para a salvação de todo aquele que crê” (cf. Rm 1.16).

Não é de se admirar o surgimento e a formatação de algumas espiritualidades estranhas, caricaturadas que advogam para si o nome honroso de cristãs. Nada mais normal e lógico do que isso: evangelhos estranhos, espiritualidades estranhas. Era de se esperar que isso acontecesse em terras tupiniquins, já que a igreja brasileira tornou-se uma cópia barata da igreja norte-americana que tem sido a precursora da diluição do vinho ardente de Cristo.

O surgimento da espiritualidade pop com suas celebridades e estrelas gospels, e da espiritualidade hedonista que tem a teologia da prosperidade como seu principal ícone representativo, têm conduzido às fileiras de cristãos na igreja como manada entorpecida rumo ao matadouro de uma vida espiritual epidérmica de discipulado inconsistente, vida de oração frívola e de total ou quase total ausência de meditação e contemplação nas Sagradas Escrituras.

O que nos parece é que uma grande parcela dos cristãos hoje em dia já não deseja ver cumprindo em sua vida o chamado apóstólico de ser uma voz profética de contracultura em meio à sociedade:

“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2)

A grande problemática velada por detrás do presente estado das coisas, é a falsa esperança da vivência de uma espiritualidade cristã autêntica sem que isso implique em se carregar a cruz todos os dias (cf. Lc 9.23).

Discipulado sem cruz, sem negação do falso eu, sem a não conformação com os ventos comportamentais de uma sociedade em franca rebelião ao Homem da Cruz é no mínimo algo inconcebível como se querer que exista vida neste planeta se o oxigênio aqui acabar. Assombra-nos o fato de que bem poucos queiram o martírio de serem taxados como tolos por causa de Cristo (cf. Mt 5.11; Jo 15.19).

A cruz de Cristo é o chamamento da morte para a vida. Não somente dos que ainda estão perdidos no oceano de pecados, mas, sobretudo dos que já encontraram a rota para casa. A Bíblia nos fala não apenas de um Senhor crucificado, mas, de homens e mulheres crucificados também (cf. Gl 2.20; 5.24; 6.14). A cruz é o estandarte do nosso Reino. É o brasão da família real a qual pertencemos. Sem ela não há relacionamento com Deus. Mística sem a cruz de Cristo não passa de mais uma superstição das trevas que cobrem a vida espiritual de muitos filhos e filhas de Deus dentro das igrejas.

Na cruz de Jesus temos o caminho para o retorno à espiritualidade genuinamente cristã. Na cruz nos vemos face a face com aquele que nos mostra as perfurações de suas mãos e pés, as marcas dos açoites, os hematomas das pancadas que lhe foram desferidas, o cenho rasgado pela coroa de espinhos, e que nos diz no silêncio do encontro: “Tudo isso fiz por você, porque te amo!”

A cruz também nos confere a possibilidade de moldar toda a nossa vida como resposta a tão grande paixão. Na verdade essa é a única resposta relevante que podemos dar: a entrega total e sem restrições a essa amor maravilhoso de Jesus (cf. Jo 14:1). E quando isso acontece vemos emergir uma espiritualidade bíblica porque se alicerça nas páginas sagradas das Escrituras; cristã porque se fundamenta no Cristo vivo, esperança nossa e mística porque proporciona-nos a experiência pessoal, no silêncio, solitude e contemplação, de um encontro com aquele que é Totalmente Outro, Transcendente e ao mesmo tempo imanente.

Oh! Assim como a cruz de nosso Senhor atraiu a muitos para a salvação quando esta foi levantada do solo, que hoje atraia novamente o coração de homens e mulheres, adultos e crianças, para um novo e renovador mergulho nas profundezas da intimidade e do seguimento de Jesus Cristo, nosso Senhor.

“(…) tome a cada dia a sua cruz e siga-me”

quinta-feira, 21 de março de 2013

Uma Segunda Reforma? Avaliando as declarações iniciais do Papa Francisco



O novo líder da Igreja Católica, escolhido em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13), já recebeu diversos comentários e reações aos seus primeiros pronunciamentos. Mesmo sendo muito cedo para qualquer análise ou opinião, observamos que todos os segmentos, os dos católicos, evangélicos e até os que se declaram sem religião, estão, por razões diversas, perplexos.
Aqueles com os quais a mídia fez coro, na expectativa da eleição de um Papa que fosse “progressista”, se espantaram com a posição do Dom Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, com relação à união de gays, à questão do homossexualismo como “apenas” uma opção sexual e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Na esfera política latino-americana, o distanciamento do Papa da tiete chavista Cristina Kirchner e alegados alinhamentos passados com a direita argentina, também fez com que este grupo ficasse não somente eriçado, como igualmente frustrado. Em adição, muitos “sem religião”, que dizem não ligar a mínima para o papado, têm comentado essas posições e declarações do Papa, franzindo o cenho em desaprovação ainda que meio veladamente.
Católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!
Exatamente por isso, no campo evangélico, chamou atenção a sua declaração de que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, o Papa disse que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!
Bom, não é a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.
Entendo, portanto, que não seria impossível uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica, se esta declaração inicial do Papa Francisco for levada a sério, por ele próprio e por seus seguidores. É importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Entre outras coisas que poderiam ser mencionada, a Igreja Católica precisaria se definir com coragem nessas cinco áreas cruciais:
1. Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos. Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática.
2. Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino.
3. Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada. Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé - Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundo significa abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos.
4. Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 e Atos 15.11), ou na morte eterna (Mateus 23.33), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.
5. Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “... orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6).
Confesso que admiro a coragem deste homem, que, enquanto cardeal se pronunciou claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. Peço a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido.
Mas quanto a uma possível Segunda Reforma, vou ficar cauteloso e com muitas dúvidas. No momento em que eu testemunhar mudanças, como as que apresentei acima, vou me animar, entusiasmar e bater palmas – talvez ela esteja em andamento! Até lá, entretanto, continuarei triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano, esperança de nossas vidas, que nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo, que é real e eterno e não temporal como o Papa.



[1] A Vulgata Latina (382 – 402 d.C.), tradução para o latim, da Bíblia, contém 73 livros (e não 66) além de adições de capítulos em alguns livros do Antigo Testamento, que não constam dos textos hebraicos, nem daSeptuaginta (tradução para o Grego, do Antigo Testamento, realizada em torno de 280 a.C.). Estes livros adicionais são chamados de livros apócrifos (duvidosos, fabulosos, falsos). O próprio Jerônimo colocou notas de advertências, quanto à canonicidade e validade dessas adições, mas essa cautela foi suprimida nos séculos à frente. Sua aceitação como escritura canônica, no seio da Igreja Católica, foi formalizada pelo Concílio de Trento, em 1546 d.C. Desapareceu, assim, a compreensão de que aqueles livros estavam ali colocados por “seu valor histórico” ou devocional. É possível que se Jerônimo soubesse, que na posteridade seriam considerados parte integral da Bíblia, provavelmente não os teria incluído em seu trabalho.  

sexta-feira, 8 de março de 2013

Marco Feliciano em definitivo foi eleito Presidente da CDH - Comissão de Direitos Humanos


Dep. Marco Feliciano

Pr. Marco Feliciano definitivamente é eleito Presidente da CDH - Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados

A NOTÍCIA
Ainda sob protestos e a portas fechadas, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados elegeu, na manhã desta quinta-feira (7), o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir o colegiado. A vice-presidência ficará a cargo de Antônia Lúcia (PSC/AC). A votação ocorreu com 11 votos favoráveis, dos 18 membros do colegiado.
Pastor da igreja Assembleia de Deus, o deputado causou polêmica em 2011, quando publicou declarações polêmicas em seu Twitter sobre africanos e homossexuais. "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids, fome... Etc", escreveu o deputado na ocasião. Ele também havia publicado na rede social que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição".
A eleição foi iniciada após a saída da sessão de deputados contrários à escolha de Feliciano, indicado pelo PSC para ocupar o cargo. O ex-presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo momentos antes da votação e se recusou a dar continuidade à sessão. "Me retiro nesse momento em nome do PT e me retiro em meio a uma ditadura que foi estabelecida aqui", disse o deputado. Durante a posse, o deputado negou ser racista. "O trabalho que nós vamos executar aqui vai mostrar ao povo brasileiro. Caso eu houvesse cometido esse crime de racismo, a primeira pessoa para quem eu teria que pedir perdão na vida seria a minha mãe [...]. Uma senhora de matriz negra, só não tem a sua matiz negra - só a pele dela não é negra -, mas o sangue é negro, os lábios são negros, o coração dela é, como eu também sou", disse.
Do lado de fora, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), apoiador de Feliciano e crítico da militância LGBT, chegou a discutir com os manifestantes e foi vaiado (veja vídeo ao lado). A sessão teve início por volta das 9h15, mas público foi impedido de entrar na comissão para evitar o tumulto. Os dois acessos do corredor que dão acesso à sala onde ocorria a reunião foram bloqueados por seguranças.
A sessão desta quinta foi convocada pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) após ter sido cancelada nesta quarta devido a discursos e protestos contra a indicação de Feliciano. Nesta quinta, a sessão teve início por volta das 9h15 com os dois acessos à sala onde ocorria a reunião bloqueados para impedir a entrada de manifestantes.
Pela manhã, antes da eleição, a ministra da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse esperar que a comissão respeite as minorias. "Eu tenho muita esperança que o Congresso Nacional e os membros da comissão saibam respeitar os direitos das minorias e os avanços conquistados por essas minorias. Seja quem for o coordenador, o presidente desta comissão espero que respeite as minorias", disse durante o programa de rádio "Bom Dia Ministro".Em sua indicação, na terça (5), o deputado declarou que se baseia na posição política de Martin Luther King, pastor norte-americano líder na luta pelos direitos dos negros e vencedor do prêmio Nobel da Paz. Na presidência, o deputado terá poder para colocar ou retirar de pauta projetos de lei relacionados a direitos humanos e defesa de minorias. - Fonte: IG

sábado, 2 de março de 2013

“Quero diversão!”



SAMSUNG

Por Anderson Paz 

“e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” (Atos 6:4).
 
O livro de Atos relata um momento em que os apóstolos escolheram uma equipe para servir às viúvas necessitadas da Igreja. Tal decisão foi tomada a fim de que o serviço às viúvas não afastasse os apóstolos da oração e do ministério da Palavra. Afinal, eles aprenderam com o Mestre que a oração é de singular importância e indispensável na vida cristã.

Eles conheceram de perto o Jesus que se retirava para lugares solitários a fim de orar (Lc. 5:16;), que se levantava de madrugada para orar antes de decidir para que cidade ir (Mc. 1:35-38), que orou uma noite inteira para de escolher os apóstolos (Lc. 6:12,13), que intercedia ao Pai em favor deles (Jo. 17; Lc. 22:31,32). Com certeza experimentaram o resultado da intercessão de Jesus por suas vidas. Por isso sabiam que nada, por mais nobre que fosse, poderia afastá-los da oração. Nem mesmo o nobre e necessário serviço às viúvas. Oração é algo prioritário, e a melhor coisa que eles poderiam fazer pela Igreja era orar e servir-lhes a Palavra. Eles também se tornaram modelos para a Igreja na prática dessas coisas, uma vez que orar é dever de todos os que seguem a Jesus (I Tm. 2:1). Pela vida de oração expressamos o quanto dependemos de Jesus, e sem Ele nada podemos fazer.

Quando olho para o exemplo dos apóstolos, fico a avaliar minha vida de oração e quais são as causas que me fazem deixar de orar. Será que o que me afasta da oração é algo tão nobre e justo como servir as viúvas? Será que é o serviço aos meus irmãos? Ou será que meus motivos não são tão nobres assim? Ou nem mesmo tenham alguma nobreza?

Muitas vezes o que nos afasta da oração não passa de mero entretenimento, de busca por diversão e lazer. Em si mesmo, o entretenimento não tem nada de errado, mas ao considerar que os apóstolos não deixaram que nem mesmo o serviço aos necessitados os afastassem da oração, eu deveria avaliar o espaço que o entretenimento ocupa na minha vida. Afinal, o entretenimento pode ser algo que, ao me afastar da oração, me desvie da verdadeira alegria, pois, segundo Jesus nossa alegria é completa quando temos orações respondidas (João 16:24).

Quero a cada dia avançar na vida de oração, pois sei que isso expressa o quanto eu dependo de Deus, e com certeza alegra o coração do Pai.

O que é ser Evangélico?


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Por André R. Fonseca

Quando Paulo Romeiro escreveu Evangélicos em crise em meados da década de 1990, havia apenas abordado um dos muitos modos pelos quais o evangelicalismo entrara em colapso no Brasil: sua incapacidade de deter a proliferação de teologias oriundas de uma visão pragmática e mercantilista de igreja, no caso, a teologia da prosperidade. Fica cada vez mais evidente que os evangélicos se encontram, hoje, em meio a uma crise muito maior, a começar pela dificuldade - para não falar da impossibilidade - de ao menos se definir o que é ser evangélico.

Ate pouco tempo, "evangélico" indicava vagamente aqueles protestantes de todas as denominações - presbiterianos, batistas, metodistas, anglicanos, luteranos e pentecostais, entre outros - que detinham pelo menos três características: consideravam a Bíblia como Palavra de Deus, autoritativa e infalível; eram conservadores no culto e nos padrões morais; cultivavam uma visão missionária.

Hoje, no Brasil, o termo não abrange mais tais itens, mas tem sido usado para se referir a todos os que, no âmbito do cristianismo não são católicos romanos: protestantes históricos, pentecostais, neopentecostais, igrejas emergentes, comunidades dos mais variados tipos etc. Os evangélicos tem tido dificuldade para escolher uma única palavra que os defina, já que "evangélico" praticamente perdeu seu sentido original.

Quando, para nos identificarmos, precisamos pedir licença para tecer longas explicações e depois temos de lançar mão de três ou quatro atributos, isto é sinal de que a coisa está realmente feia. "Cristão" inclui católicos e espiritas. "Protestante" inclui; também liberais, "Reformado" inclui várias linhas e é titulo predileto dos liberais dentro das igrejas históricas. "Evangélico" é amplo demais e é preferido dos neopentecostais e da mídia. Só mesmo usando mais de um adjetivo!

Extraído: O que estão fazendo com a igreja?
Augustus Nicodemus / Editora Mundo Cristão, pp. 19 - 20

A letra mata e a teologia enterra. Será?



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Por Renato Vargens 

Volta e meia eu ouço da boca de algumas pessoas que o crente não deve se preocupar em conhecer ou estudar teologia, mesmo porque, segundo estes a letra mata. Para os que defendem este tipo de pensamento, o estudo sistemático da Bíblia e de suas doutrinas contribuem para a extinção do fogo do Espírito Santo na vida da igreja.

Ora, lamentavelmente essa famosa expressão paulina tem sido quivocadamente utilizada pelos combaterores da teologia. Como comumente acontece no aparecimento de desvios teológicos , usa-se um texto fora do contexto, para justificar distorcidas práticas doutrinárias. Infelizmente a expressão em questão, tirada da segunda epístola de Paulo aos Coríntios, tem sido usada por algumas pessoas que argumentam que não devemos seguir o que está escrito na Bíblia e sim as "revelações" do Espírito de Deus.

"E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo, como não será de maior glória o ministério do espírito?" 2 Co 3:6-8

Caro leitor, ao escrever este texto, Paulo estava falando sobre a superioridade da nova aliança sobre a antiga. A morte causada pela letra realmente é espiritual, porém, é bom salientar que se trata de uma alusão ao código escrito da lei mosaica. A lei mata porque demanda obediência irrestrita, mas não proporciona poder para isso. É representada pelas tábuas de pedra (3.3). Por outro lado, o espírito vivifica porque escreve a lei de Deus em nossos corações, trazendo-nos a vida em medida muito maior do que realizava sob a antiga aliança. É representado pelas tábuas da carne (3.3). Portanto, como podemos ver, o texto ão fundamenta, em qualquer instância, a rejeição de se estudar teologia.

Pois é, um dos problemas mais graves da igreja é a ignorância.

Que Deus tenha misericórdia de sua Grei!

Pense nisso!

Renato Vargens
Fonte: [ Blog do autor ]

[POINT RHEMA]®: Evo Morales suspende criminalização das igrejas - Orações atentidas

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